Agronegócio
Indústria de conservas estabelece preços do pêssego para a safra 2022/2023
Produtores devem receber R$ 2,10 pelo quilo da fruta tipo 1 e R$ 1,85 pelo tipo 2 entregue para industrialização
A safra do pêssego já começou nos pomares da região Sul. Produtores registraram na última semana as primeiras colheitas de variedades mais precoces e em menor volume, como a Libra. A partir desta semana iniciam as primeiras colheitas da cultivar Bonão, com volume mais significativo e, até o final da semana, as indústrias devem começar a receber as frutas que saem dos pomares para industrialização. O preço que será pago pelo quilo da fruta ao produtor está definido pelos representantes das indústrias e fixado em R$ 2,10 para a fruta tipo 1 (acima de 57 mm) e R$ 1,85 a tipo 2 (acima de 53 mm).
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore, os industriais tentaram compensar da melhor forma possível a quebra de produção que deve ocorrer este ano nos pomares, estimada entre 30% e 35% e que pode chegar até mesmo a 40%. "Com base no preço pago na última safra, o reajuste chega a 30%", diz.
Crochemore admite que o reajuste não será suficiente para cobrir as perdas dos produtores, no entanto, está dentro da realidade de mercado a fim de não inflacionar o preço da compota ao mercado consumidor. "A perda afeta a todos, da lavoura até a indústria, não é boa para ninguém", diz, Segundo ele, as indústrias já adquiriram latas e açúcar para a industrialização e este volume menor de matéria-prima além de ocasionar sobra de material, irá gerar redução de turnos nas fábricas e consequente contratação de menor número de funcionários.
No ano passado, os produtores já enfrentaram alguns problemas climáticos, principalmente a chuva na época de maturação e algumas doenças, como a podridão parda, resultando em produção 15% menor, que chegou ao total de 30,6 mil toneladas. Na indústria, foram enlatados 5% a menos de produto, com uma produção total de 42 milhões de latas entre dez empresas. Nesta safra, a produção na indústria também tende a cair.
Os produtores já acenam com a possibilidade de faltar pêssego à indústria e estimam uma produção entre 20 e 25 mil toneladas da fruta, uma quebra de 35%. As chuvas intensas aliadas à morte de plantas nos pomares são os principais motivos apontados pelo presidente da Associação Gaúcha dos Produtores de Pêssego (AGPP), Mauro Scheunemann, que também manifesta a insatisfação dos produtores com o preço estipulado pela indústria. "Para nós o ideal seria R$ 2,50 a fruta de 1ª e R$ 2,20 a de 2ª, mas dependendo da oferta e da demanda pela fruta, esperamos que o preço melhore", ressalta. Segundo ele, na última safra os preços pagos pela indústria foram de R$ 1,65 o pêssego de 1ª e R$ 1,45, o de 2ª.
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